1. O que é Deficiência Intelectual ou atraso cognitivo?
Deficiência
intelectual ou atraso mental é um termo que se usa quando uma pessoa
apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho
de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento
social.
Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas.
As
crianças com atraso cognitivo podem precisar de mais tempo para
aprender a falar, a caminhar e a aprender as competências necessárias
para cuidar de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia. É natural
que enfrentem dificuldades na escola. No entanto aprenderão, mas
necessitarão de mais tempo. É possível que algumas crianças não
consigam aprender algumas coisas como qualquer pessoa que também não
consegue aprender tudo.
2. Quais são as causas da Deficiência Intelectual ou Atraso Cognitivo?
Os investigadores encontraram muitas causas da deficiência intelectual, as mais comuns são:
Condições
genéticas: Por vezes, o atraso mental é causado por genes anormais
herdados dos pais, por erros ou acidentes produzidos na altura em que
os genes se combinam uns com os outros, ou ainda por outras razões de
natureza genética. Alguns exemplos de condições genéticas propiciadoras
do desenvolvimento de uma deficiência intelectual incluem a síndrome de
Down ou a fenilcetonúria.
Problemas durante a gravidez: O atraso
cognitivo pode resultar de um desenvolvimento inapropriado do embrião
ou do feto durante a gravidez. Por exemplo, pode acontecer que, a
quando da divisão das células, surjam problemas que afetem o
desenvolvimento da criança. Uma mulher alcoólica ou que contraia uma
infecção durante a gravidez, como a rubéola, por exemplo, pode também
ter uma criança com problemas de desenvolvimento mental.
Problemas
ao nascer: Se o bebê tem problemas durante o parto, como, por exemplo,
se não recebe oxigênio suficiente, pode também acontecer que venha a
ter problemas de desenvolvimento mental.
Problemas de saúde: Algumas
doenças, como o sarampo ou a meningite podem estar na origem de uma
deficiência mental, sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de
saúde necessários. A mal nutrição extrema ou a exposição a venenos como
o mercúrio ou o chumbo podem também originar problemas graves para o
desenvolvimento mental das crianças.
Nenhuma destas causas
produz, por si só, uma deficiência intelectual. No entanto, constituem
riscos, uns mais sérios outros menos, que convém evitar tanto quanto
possível. Por exemplo, uma doença como a meningite não provoca
forçosamente um atraso intelectual; o consumo excessivo de álcool
durante a gravidez também não; todavia, constituem riscos demasiados
graves para que não se procure todos os cuidados de saúde necessários
para combater a doença, ou para que não se evite o consumo de álcool
durante a gravidez.
A deficiência intelectual não é uma doença.
Não pode ser contraída a partir do contágio com outras pessoas, nem o
convívio com um deficiente intelectual provoca qualquer prejuízo em
pessoas que o não sejam. O atraso cognitivo não é uma doença mental
(sofrimento psíquico), como a depressão, esquizofrenia, por exemplo.
Não sendo uma doença, também não faz sentido procurar ou esperar uma
cura para a deficiência intelectual.
A grande maioria das crianças
com deficiência intelectual consegue aprender a fazer muitas coisas
úteis para a sua família, escola, sociedade e todas elas aprendem algo
para sua utilidade e bem-estar da comunidade em que vivem. Para isso
precisam, em regra, de mais tempo e de apoios para lograrem sucesso.
3. Como se diagnostica a Deficiência Intelectual ou Atraso Cognitivo?
A deficiência intelectual ou atraso cognitivo diagnostica-se, observando duas coisas:
A
capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver
problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo que
as rodeia (a esta capacidade chama-se funcionamento cognitivo ou
funcionamento intelectual)
A competência necessária para viver com
autonomia e independência na comunidade em que se insere (a esta
competência também se chama comportamento adaptativo ou funcionamento
adaptativo).
Enquanto o diagnóstico do funcionamento cognitivo é
normalmente realizado por técnicos devidamente habilitados (psicólogos,
neurologistas, fonoaudiólogos, etc.), já o funcionamento adaptativo
deve ser objeto de observação e análise por parte da família, dos pais
e dos educadores que convivem com a criança.
Para obter dados a
respeito do comportamento adaptativo deve procurar saber-se o que a
criança consegue fazer em comparação com crianças da mesma idade
cronológica.
Certas competências são muito importantes para a organização desse comportamento adaptativo:
As competências de vida diária, como vestir-se, tomar banho, comer.
As competências de comunicação, como compreender o que se diz e saber responder.
As competências sociais com os colegas, com os membros da família e com outros adultos e crianças.
Para
diagnosticar a Deficiência Intelectual, os profissionais estudam as
capacidades mentais da pessoa e as suas competências adaptativas. Estes
dois aspectos fazem parte da definição de atraso cognitivo comum à
maior parte dos cientistas que se dedicam ao estudo da deficiência
intelectual.
O fato de se organizarem serviços de apoio a
crianças e jovens com deficiência intelectual deve proporcionar uma
melhor compreensão sobre a situação concreta da criança de quem se diz
que tem um atraso cognitivo.
Após uma avaliação inicial, devem ser
estudadas as potencialidades e as dificuldades que a criança apresenta.
Deve também ser estudada a quantidade e natureza de apoio de que a
criança possa necessitar para estar bem em casa, na escola e na
comunidade.
Esta perspectiva global dá-nos uma visão realista de
cada criança. Por outro lado, serve também para reconhecer que a
“visão” inicial pode, e muitas vezes devem mudar ou evoluir. À medida
que a criança vai crescendo e aprendendo, também a sua capacidade para
encontrar o seu lugar, o seu melhor lugar, no mundo aumenta.
4. Qual é a freqüência da Deficiência Intelectual?
A
maior parte dos estudos aponta para uma freqüência de 2% a 3% sobre as
crianças com mais de 6 anos. Não é a mesma coisa determinar essa
freqüência em crianças mais novas ou em adultos. A Administração dos
EUA considera o valor de 3% para efeitos de planificação dos apoios a
conceder a alunos com atraso cognitivo. Esta percentagem é um valor de
referência que merece bastante credibilidade. Mas não é mais do que um
valor de referência.
5. Orientação aos Pais:
Procure saber mais sobre deficiência intelectual: outros pais, professores e técnicos poderão ajudar.
Incentive
o seu filho a ser independente: por exemplo, ajude-o a aprender
competências de vida diária, tais como: vestir-se, comer sozinho, tomar
banho, arrumar-se para sair.
Atribua-lhe tarefas próprias e de
responsabilidade. Tenha sempre em mente a sua idade real, a sua
capacidade para manter-se atento e as suas competências. Divida as
tarefas em passos pequenos. Por exemplo, se a tarefa do seu filho é a
de pôr a mesa, peça-lhe primeiro que escolha o número apropriado de
guardanapos; depois, peça-lhe que coloque cada guardanapo no lugar de
cada membro da família. Se for necessário, ajude-o em cada passo da
tarefa. Nunca o abandone numa situação em que não seja capaz de
realizar com sucesso. Se ele não conseguir, demonstre como deve ser.
Elogie
o seu filho sempre que consiga resolver um problema. Não se esqueça de
elogiar também quando o seu filho se limita a observar a forma como se
pode resolver a tarefa: ele também realizou algo importante, esteve
consigo para que as coisas corram melhor no futuro.
Procure saber
quais são as competências que o seu filho está aprendendo na escola.
Encontre formas de aplicar essas competências em casa. Por exemplo, se
o professor lhe está ensinando a usar o dinheiro, leve o seu filho ao
supermercado. Ajude-o a reconhecer o dinheiro necessário para pagar as
compras. Explique e demonstre sempre como se faz, mesmo que a criança
pareça não perceber. Não desista, nem deixe nunca o seu filho numa
situação de insucesso, se puder evitar.
Procure oportunidades na
sua comunidade para que ele possa participar em atividades sociais, por
exemplo: escoteiros, os clubes, atividades de desporto. Isso o ajudará
a desenvolver competências sociais e a divertir-se.
Fale com outros
pais que tenham filhos com deficiência intelectual: os pais podem
partilhar conselhos práticos e apoio emocional.
Não falte às
reuniões de escola, em que os professores vão elaborar um plano para
responder melhor às necessidades do seu filho. Se a escola não se
lembrar de convidar os pais, mostre a sua vontade em participar na
resolução dos problemas. Não desista nunca de oferecer ajuda aos
professores para que conheçam melhor o seu filho. Pergunte também aos
professores como é que pode apoiar a aprendizagem escolar do seu filho
em casa.
6. Orientação aos Professores:
Aprenda tudo
o que puder sobre deficiência intelectual. Procure quem possa
aconselhar na busca de bibliografia adequada ou utilize bibliotecas,
internet, etc.
Reconheça que o seu empenho pode fazer uma grande
diferença na vida de um aluno com deficiência ou sem deficiência.
Procure saber quais são as potencialidades e interesses do aluno e
concentre todos os seus esforços no seu desenvolvimento. Proporcione
oportunidades de sucesso.
Participe ativamente na elaboração do
Plano Individual de Ensino do aluno e Plano Educativo. Este plano
contém as metas educativas, que se espera que o aluno venha a alcançar,
e define responsabilidades da escola e de serviços externos para a boa
condução do plano.
Seja tão concreto quanto possível para tornar a
aprendizagem vivenciada. Demonstre o que pretende dizer. Não se limite
a dar instruções verbais. Algumas instruções verbais devem ser
acompanhadas de uma imagem de suporte, desenhos, cartazes. Mas também
não se limite a apoiar as mensagens verbais com imagens. Sempre que
necessário e possível, proporcione ao aluno materiais e experiências
práticas e oportunidade de experimentar as coisas.
Divida as tarefas
novas em passos pequenos. Demonstre como se realiza cada um desses
passos. Proporcione ajuda, na justa medida da necessidade do aluno. Não
deixe que o aluno abandone a tarefa numa situação de insucesso. Se for
necessário, solicite ao aluno que seja ele a ajudar o professor a
resolver o problema. Partilhe com o aluno o prazer de encontrar uma
solução.
Acompanhe a realização de cada passo de uma tarefa com comentários imediatos e úteis para o prosseguimento da atividade.
Desenvolva
no aluno competências de vida diária, competências sociais e de
exploração e consciência do mundo envolvente. Incentive o aluno a
participar em atividades de grupo e nas organizações da escola.
Trabalhe
com os pais para elaborar e levar a cabo um plano educativo que
respeite as necessidades do aluno. Partilhe regularmente informações
sobre a situação do aluno na escola e em casa.
7. Que expectativas de futuro têm as crianças com Deficiência Intelectual?
Sabemos
atualmente que 87% das crianças com deficiência intelectual só serão um
pouco mais lentas do que a maioria das outras crianças na aprendizagem
e aquisição de novas competências. Muitas vezes é mesmo difícil
distingui-las de outras crianças com problemas de aprendizagem sem
deficiência intelectual, sobretudo nos primeiros anos de escola. O que
distingue umas das outras é o fato de que o deficiente intelectual não
deixa de realizar e consolidar aprendizagens, mesmo quando ainda não
possui as competências adequadas para integrá-las harmoniosamente no
conjunto dos seus conhecimentos. Daqui resulta não um atraso simples
que o tempo e a experiência ajudarão a compensar, mas um processo
diferente de compreender o mundo. Essa diferente compreensão do mundo
não deixa, por isso, de ser inteligente e mesmo muito adequada à
resolução de inúmeros problemas do quotidiano. È possível que as suas
limitações não sejam muito visíveis nos primeiros anos da infância.
Mais tarde, na vida adulta, pode também acontecer que consigam levar
uma vida bastante independente e responsável. Na verdade, as limitações
serão visíveis em função das tarefas que lhes sejam pedidas.
Os
restantes 13% terão muito mais dificuldades na escola, na sua vida
familiar e comunitária. Uma pessoa com atraso mais severo necessitará
de um apoio mais intensivo durante toda a sua vida.
Todas as pessoas
com deficiência intelectual são capazes de crescer, aprender e
desenvolver-se. Com a ajuda adequada, todas as crianças com deficiência
intelectual podem viver de forma satisfatória a sua vida adulta.
8. Que expectativas de futuro têm as crianças com Deficiência Intelectual na Escola?
Uma
criança com deficiência intelectual pode obter resultados escolares
muito interessantes. Mas nem sempre a adequação do currículo funcional
ou individual às necessidades da criança exige meios adicionais muito
distintos dos que devem ser providenciados a todos os alunos, sem
exceção.
Antes de ir para a escola e até ao três anos, a criança
deve beneficiar de um sistema de intervenção precoce. Os educadores e
outros técnicos do serviço de intervenção precoce devem pôr em prática
um Plano Individual de Apoio à Família.
Este plano define as
necessidades individuais e únicas da criança. Define também o tipo de
apoio para responder a essas necessidades. Por outro lado, enquadra as
necessidades da criança nas necessidades individuais e únicas da
família, para que os pais e outros elementos da família saibam como
ajudar a criança.
Quando a criança ingressa na Educação Infantil e
depois no Ensino Fundamental, os educadores em parceria com a família
devem por em prática um programa educativo que responda às necessidades
individuais e únicas da criança. Este programa é em tudo idêntico ao
anterior, só que ajustado à idade da criança e à sua inclusão no meio
escolar. Define as necessidades do aluno e os tipos de apoio escolar e
extra-escolar.
A maior parte dos alunos necessita de apoio para o
desenvolvimento de competências adaptativas, necessárias para viver,
trabalhar e divertir-se na comunidade.
Algumas destas competências incluem:
A comunicação com as outras pessoas.
Satisfazer necessidades pessoais (vestir-se, tomar banho).
Participar na vida familiar (pôr a mesa, limpar o pó, cozinhar).
Competências sociais (conhecer as regras de conversação, portar-se bem em grupo, jogar e divertir-se).
Saúde e segurança.
Leitura,
escrita e matemática básica; e à medida que vão crescendo, competências
que ajudarão a crianças na transição para a vida adulta.
"Se uma criança não pode aprender da maneira que é ensinada, é melhor ensiná-la da maneira que ela pode aprender." (MARION WELCHMANN)
terça-feira, 25 de setembro de 2012
AUTISMO - CID 10
Classificação Internacional de Doenças (CID-10)
publicada pela Organização Mundial de Saúde
(WHO - World Health Organization)
(WHO - World Health Organization)
Segundo
a
CID-10 , é classificado como F84-0 , como "Um transtorno invasivo do
desenvolvimento , definido pela presença de desenvolvimento anormal /ou
comprometimento que se manifesta antes da idade de 3 anos e pelo tipo
característico de funcionamento anormal em todas as três áreas : de
interação
social , comunicação e comportamento restrito e repetitivo . O
transtorno ocorre três a quatro vezes mais frequentemente em garotos do
que em meninas
."
Pelo
menos 8 dos 16 itens especificados devem ser satisfeitos.
A .
LESÃO MARCANTE NA INTERAÇÃO SOCIAL RECÍPROCA, MANIFESTADA POR PELO MENOS TRÊS
DOS PRÓXIMOS CINCO ITENS:
1. dificuldade em usar adequadamente o
contato ocular, expressão facial, gestos e postura corporal para lidar com a
interação social.
2. dificuldade no desenvolvimento de
relações de companheirismo.
3. raramente procura conforto ou afeição
em outras pessoas em tempos de tensão ou ansiedade, e/ou oferece conforto ou
afeição a outras pessoas que apresentem ansiedade ou infelicidade.
4. ausência de compartilhamento de
satisfação com relação a ter prazer com a felicidade de outras pessoas e/ou de
procura espontânea em compartilhar suas próprias satisfações através de envolvimento
com outras pessoas.
5. falta de reciprocidade social e
emocional.
B .
MARCANTE LESÃO NA COMUNICAÇÃO:
1. ausência de uso social de quaisquer
habilidades de linguagem existentes.
2. diminuição de ações imaginativas e de
imitação social.
3. pouca sincronia e ausência de
reciprocidade em diálogos.
4. pouca flexibilidade na expressão de
linguagem e relativa falta de criatividade e imaginação em processos mentais.
5. ausência de resposta emocional a
ações verbais e não-verbais de outras pessoas.
6. pouca utilização das variações na
cadência ou ênfase para refletir a modulação comunicativa.
7. ausência de gestos para enfatizar ou
facilitar a compreensão na comunicação oral.
C.
PADRÕES RESTRITOS, REPETITIVOS E ESTEREOTIPADOS DE COMPORTAMENTO, INTERESSES E
ATIVIDADES, MANIFESTADOS POR PELO MENOS DOIS DOS PRÓXIMOS SEIS ITENS:
1.
obsessão por padrões estereotipados e restritos de interesse.
2. apego específico a objetos incomuns.
3. fidelidade aparentemente compulsiva a rotinas ou rituais não funcionais específicos.
4. hábitos motores estereotipados e repetitivos.
5. obsessão por elementos não funcionais ou objetos parciais do material de recreação.
6. ansiedade com relação a mudanças em pequenos detalhes não funcionais do ambiente.
2. apego específico a objetos incomuns.
3. fidelidade aparentemente compulsiva a rotinas ou rituais não funcionais específicos.
4. hábitos motores estereotipados e repetitivos.
5. obsessão por elementos não funcionais ou objetos parciais do material de recreação.
6. ansiedade com relação a mudanças em pequenos detalhes não funcionais do ambiente.
D.
ANORMALIDADES DE DESENVOLVIMENTO DEVEM TER SIDO NOTADAS NOS PRIMEIROS TRÊS ANOS
PARA QUE O DIAGNÓSTICO SEJA FEITO.
Fonte de pesquisa: http://profpath.blogspot.com.br/search/label/diagn%C3%B3stico
Fonte de pesquisa: http://profpath.blogspot.com.br/search/label/diagn%C3%B3stico
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