A escola inclusiva e os
alunos com deficiência intelectual
A
deficiência intelectual é um enorme desafio para a educação na escola regular e
para a definição do conceito de apoio educativo especializado, pela própria
complexidade que a envolve e pela grande quantidade e variedade de abordagens
que podem ser utilizadas para a entende-la.
De todas as experiências que
surgem no caminho de quem trabalha com a inclusão, receber um aluno com
deficiência intelectual parece a mais complexa. Mas por onde começar quando a
deficiência é intelectual? Melhor do que se prender a relatórios médicos, os
educadores das salas de recursos e salas
das regulares precisam entender que tais diagnósticos são uma pista para
descobrir o que interessa: quais obstáculos o aluno enfrentará para aprender e
como será sua interação.
São
três as principais dificuldades enfrentadas por eles: falta de concentração,
entraves na comunicação e na interação e menor capacidade para entender a
lógica de funcionamento das línguas, por não compreender a representação
escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente. "Há crianças
que reproduzem qualquer palavra escrita no quadro, mas não conseguem escrever
sozinhas por não associar que aquelas letras representem. Alunos com dificuldade
de concentração precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e
regras. Como a sala de aula tem muitos elementos - colegas, professor,
quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil.
Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado.
"Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de
reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com
estratégias diferenciadas. O ponto de partida deve ser algo que mantenha o
aluno atento, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e
imitações de sons ou movimentos do professor ou dos colegas, quer dizer
trabalhar de forma diferenciada com aulas práticas e atrativas. Também é
importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos
trabalhados em classe.
A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar.Foi o que fez a professora Cristiane Meireles de Oliveira, da E.E.P.T.N ,na cidade de Taiobeiras / MG para conseguir a atenção de Maria Eduarda, aluno com síndrome de Down do 5 ano. "Ela não ficava concentrada, assistindo à aula". Este ano,com momentos de vários contos infantis, os avanços começaram a aparecer. A professora passa video, mostra os desenhos, conta a história de maneiras diferentes,usando várias estratégias para melhor entendimento da mesma. No caso dela, o primeiro passo foram os desenhos.Depois, trabalhou a linguagem oral, onde a aluna Maria Eduarda reconta as histórias do seu jeito, mas deve-se lembrar que cada um tem o seu tempo e temos que respeitar.
A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar.Foi o que fez a professora Cristiane Meireles de Oliveira, da E.E.P.T.N ,na cidade de Taiobeiras / MG para conseguir a atenção de Maria Eduarda, aluno com síndrome de Down do 5 ano. "Ela não ficava concentrada, assistindo à aula". Este ano,com momentos de vários contos infantis, os avanços começaram a aparecer. A professora passa video, mostra os desenhos, conta a história de maneiras diferentes,usando várias estratégias para melhor entendimento da mesma. No caso dela, o primeiro passo foram os desenhos.Depois, trabalhou a linguagem oral, onde a aluna Maria Eduarda reconta as histórias do seu jeito, mas deve-se lembrar que cada um tem o seu tempo e temos que respeitar.
A
falta de compreensão da função da escrita como representação da linguagem é
outra característica comum em quem tem deficiência intelectual. Essa
imaturidade do sistema neurológico pede estratégias que servem para a criança
desenvolver a capacidade de relacionar o falado com o escrito. Para ajudar, o
professor deve enaltecer o uso social da língua e usar ilustrações, algo
atrativo que chama a atenção do aluno. O objetivo delas é acostumar o estudante
a relacionar imagens com textos. A elaboração de relatórios sobre o que está
sendo feito também ajuda nas etapas avançadas da alfabetização.
A prática inclusiva é diferente daquelas que
habitualmente encontramos nas salas de aula, em que o professor escolhe e
determina uma atividade para todos os alunos realizarem individualmente e
uniformemente, sendo que aos alunos com deficiência intelectual propõe uma
atividade facilitada sobre o mesmo assunto ou até mesmo sobre outro
completamente diverso. A prática da educação inclusiva exige necessariamente a
cooperação entre todos os alunos (o ensino coletivo) e o reconhecimento de que
ensinar uma turma é, na verdade, trabalhar com um grande grupo e com todas as
possibilidades de o subdividir. Só deste modo, de acordo com as subdivisões do
grande grupo, os alunos com deficiência intelectual ou com outras dificuldades
de aprendizagem podem participar nas atividades sem ter de formar um grupo à
parte.Para conseguir desenvolver a sua atividade dentro de uma perspectiva de
educação inclusiva, o professor precisa receber o apoio de equipes próximas de
docentes especializados e de órgãos de gestão que adotem um modelo de
administração escolar verdadeiramente democrático e participativo. No atual
contexto, é quase um insulto à complexidade dos objetivos da educação
inclusiva, defender ou simplesmente insinuar que eles são alcançáveis só pelo
esforço isolado das escolas e dos professores, sem o apoio necessário. Por
outro lado, a receptividade à inovação anima todos a criar e a ter liberdade
para experimentar alternativas de ensino. Esta autonomia para criar e
experimentar coisas novas será naturalmente extensiva aos alunos com e sem
deficiência. Esta liberdade indispensável do professor e dos alunos para criar
as melhores condições de ensino e de aprendizagem não dispensa uma boa
planificação do trabalho. Ser livre para aprender e ensinar não implica falta
de limites e de regras e muito menos a queda no precipício do improviso. Se
essas regras e limites se não forem assumidas pelo exercício da liberdade serão
impostas pela incapacidade de usufruir dela: não há meios termos neste tipo de
opções.
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Cristiane Meireles de Oliveira- Graduada em
Pedagogia, Normal Superior , com especialização em Psicopedagogia, Libras,
Braille, Deficiência mental, Educação Especial e Docência do ensino Superior.
Atua como professora da Sala de Recursos Multifuncionais na Escola Estadual
Dona Beti e professora de apoio na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves.
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